Talvez esse não seja o melhor espaço para discutir isso, mas não consigo me “segurar” com tantos argumentos.
Sim, posso acreditar que o Android seja realmente ‘melhor’ que o iOS, posso concordar que a ‘liberdade’ de instalar qualquer coisa seja realmente sedutor.
Há uma série de parâmetros verdadeiramente atraentes e sustentáveis que torna o Android um sedutor smartphone. Eu mesmo tenho imensa vontade de aprender a programar nesta plataforma, tenho desejo e meta. Neste ano de 2013, vou estar apto para desenvolver aplicativos nesta plataforma.
Agora, somos obrigados a reconhecer, a plataforma do Android pode ter inúmeros atrativos, liberdades e etc, mas em níveis de segurança, oferece muito mais brechas em falhas do que a plataforma iOS.
Não é à toa que mais de 100000 (cem mil) aplicativos para Android, atuam de forma ilícita, ameaçando a segurança e privacidade do conteúdo do smartphone. Não sou eu quem afirmo, mas os mais renomados sites de segurança da informação.
Não é em vão, que tal liberdade nesta plataforma, permitiu a criação de vírus, permitiu inclusive a criação de programas anti-vírus, para “eliminar” qualquer ameaça.
Isso tudo então, gera em torno do mercado capitalista. Você tem um smartphone, tem seus dados, corre risco de vírus e para isso, compra um programa de anti-vírus. Me parece uma “venda casada”, para uma liberdade subjetiva. Não que situações similares tenham ocorrido na plataforma iOS, mas a Apple teve a iniciativa (após tomar conhecimento) de impor aos desenvolvedores, condições para que o acesso à itens de privacidade fossem informados quando acessados. Muitos aplicativos foram banidos da AppStore e/ou re-escritos pelo desenvolvedor, para se enquadrar nas condições estabelecidas. Contudo, os mais de 100000 aplicativos do Android, foram solucionados?
Não quero levantar a bandeira pró Apple. Não ganho nada por isso.
Mas me vejo obrigado a fazer escolhas, opções e decidir o que seria “menos ruim” para mim.
Existe duas coisas básicas em Tecnologia da Informação, assim como em várias situações da vida: – O ideal e o possível. Sim, existem outras tantas variáveis que permitem outras tantas opções.
Da mesma forma que nosso amigo em comum, o Mandic, sempre abraça um desafio quando ouve um “impossivel fazer isso/assim/etc”, eu concordo em gênero, número e grau com ele. Sempre abraço os desafios também. No entanto, enquanto não consigo superar o desafio do “impossível”, vou me adaptando ao que tenho em mão, possível de alcançar e fazer naquele determinado momento.
Dizer que tal plataforma é melhor que a outra, é uma discussão sem fim. É a mesma coisa em discutir se o Windows da Microsoft é melhor que o Linux, da comunidade open source. Acredito que cada plataforma tem o seu melhor, para determinada função, determinada fatia, público e objetivo. Da mesma forma, vale ao discutir se o Linux, FreeBSD, OpenBSD e NetBSD quem é melhor que o outro. Cada qual tem o seu bom e o seu melhor.
Polemizar sobre as imposições que a Apple coloca na plataforma é deixar de discutir também o quanto “boazinha” a Google é com as pessoas. Ora, permitir serviços gratuitos, sempre tem um custo real nisso. Pode-se não pagar financeiramente de forma direta, mas paga-se muitas vezes com um prejuízo financeiro, muitas vezes imperceptível diretamente em nosso dia-a-dia.
Da mesma forma que Dan Brown abriu um leque de situações, imediatamente não aceitas pela grande maioria (a possível existência de uma descendência de Jesus de Nazaré – o Cristo, por exemplo), pela história (nos ensinada) que muitos conhecemos, sobre itens que ao longo de nossas vidas foram transmitidos de forma diferente. É necessário observar que o comportamento “bonzinho” que a Google transmite, pode funcionar como uma “faca de dois gumes”, ou seja, a Google pode, como companhia, estar fazendo a mesma estratégia que o filme Matrix sugeria. Então, escolher entre quem impõe uma série de itens e quem dá total liberdade, pode ser uma decisão lógica (e induzida), mas equivocada. O tanto de informação processada e armazenada pelo Google, por si só, assusta muito. Talvez saibam mais de cada um de nós, do que nós mesmos.
Sempre há um preço a ser pago, direta ou indiretamente.
Muitos ficam maravilhados quando abrem seu aplicativo de Google Maps e no último zoom, consegue ver a vista da rua, conhecida como “street view”. Realmente é uma facilidade imensa, considerando que em uma viagem ao estrangeiro, por exemplo, ter a facilidade de ver a imagem de onde deseja ir, facilita muito, principalmente quando se tem o receio que o motorista do táxi poderá querer cobrar à mais (caso do Brasil, China, México e tantos outros países). Eu mesmo utilizei várias vezes, logo que me mudei para Tokyo, onde o endereçamento foge dos padrões de nome da rua, número do imóvel; similares ao que temos no Brasil ou Estados Unidos (na ordem invertida), aqui, é pelo nome do bairro, subdivisão do bairro, número da quadra e nome do prédio. Difícil entender, mas obrigatório compreender quando se mora por aqui.
Por muito tempo, ouvia críticas que a plataforma o iOS não suportava o tão admirado ‘flash’, tornando impossível assistir vídeos no iPhone. Eu mesmo, lembro o quanto “emputecido” fiquei quando descobri, em 2007, que não iria poder assitir, no iPhone, aos vídeos que estava acostumado assistir pelo browser, pois dependia do flash e “ainda” não tinha uma versão para o iPhone (sic). A própria Adobe, parceira da Apple na plataforma de desktop, insistia que o flash para móbile era viável, confiante e estável, entre outros itens. Mas a Apple, “batia o pé” também, afirmando que seria necessário melhorar muito o flash para torná-lo viável no iOS. A Adobe no entanto, depois de muito custo e inúmeros adiamentos, admitiu que o flash realmente era pesado e prejudicial nas plataformas móveis, decidindo assim, não dar continuidade ao suporte deste produto para quaisquer dispositivo móvel. Neste caso, creio então, que a Apple teria razão? Ou não? Quem sou eu para julgar…
A insistência da Apple em apontar para novas soluções, capazes de suportar vídeo em dispositivos móveis, fez aperfeiçoar recursos pouco explorados até então (html5), por exemplo. Hoje, já é capaz de pessoas simples, com nenhum conhecimento de T.I., a assistir sua novela preferida no iPhone. Essa mesma insistência, sob o prisma do “impossível”, muitas vezes defrontados pelo Mandic, apontou para soluções até então inexistentes. É por essa razão (creio eu) que o Mandic sempre declara em suas entrevistas, que não gosta do termo “impossivel” fazer. Ele sempre se empenha em fazer, ainda que acabe encontrando uma solução até então inexistente.
Volto a insistir, não estou levantando a bandeira pró Apple, nem abraçando uma causa, mas agindo como “Advogado do Diabo”, abrindo situações onde outros pontos de vista devam ser considerados antes de debandar discussões infinitas e improdutivas.
Grato pelo desabafo.
Publiquei este texto, o qual escrevi inicialmente em um grupo fechado, no Facebook, sobre testes de aplicativos, envolvendo iOS e Android.
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